sábado, 16 de julho de 2011

7 pagodes que você jamais vai conseguir esquecer (por mais que tente!)

 

(Vi esse post no puxacachorra, indicado por Dani Rangel)

A música brasileira é acometida por pragas cíclicas, que tem duração média de 5 a 10, desde que sejam espertos o suficiente para espremer até a última gota do sucesso. É só pensar como o É o Tchan conseguiu lançar 9 discos em dez anos, explorando todos os clichês do exotismo, como Tchan na Floresta, Tchan das Arábias, Tchan no Avaí, Tchan na Serra da Canastra e, num último esforço, 10 Anos de É o Tchan!
O pagode foi um ritmo muito popular durante boa parte da década de 90, perdendo espaço no finzinho dela para o Axé e suas canções a base das vogais e o funk e suas canções a base do machismo. Porém, ele conseguiu deixar a sua marca (cicatriz, na verdade) nas nossas memórias, e abaixo seguem 7 pagodes que você jamais vai conseguir esquecer (clique em "a música" para cair no youtube e ter o desprazer de relembrar):


#7. “Brincadeira de criança” – Molejo
O Molejo é conhecido por ter produzido um dos vocalistas mais feios da história recente da música brasileira, e também porque ele fica gritando “Andrezão” como se estivesse bêbado há quatro dias ininterruptos.


A música: “Brincadeira de criança [como é bom, como é bom]/ Guardo ainda na lembrança [como é bom, como é bom]/ Paz, amor e esperança / Bom é ser feliz com o Molejão”. As palavras “esperança” e “Molejão” jamais poderiam estar numa mesma frase, a menos que a frase fosse “A esperança de que o Molejão desapareça para sempre”.

Não dá para esquecer: o diálogo no meio da música “É essa?” “Não”, “É essa?” “Já falei que não”, “É essa? “É!”, “Então pêra, uva, maça ou salada mista?”, “Saaaalada mista!”

#6. “Um cara bem legal” – Art Popular
Existem dois “Acústico MTV” que ninguém assistiu: o do Roberto Carlos, devido a problemas de contrato com a Globo, e o do Art Popular, devido a ruindade anunciada desde o título.


A música: “Pimpolho é um cara bem legal / pena que não pode ver mulher / na dança ele já pede para baixar / já pede para baixar”. O Pimpolho, no caso, era representado por um dos integrantes do Art Popular, tão feio quanto o cara do Molejo, mas com um bigode de motoboy. Mais cinco versos e você percebe que “Pimpolho” é uma metáfora altamente sofisticada sobre um pênis.
Não dá para esquecer: “Ela tá dançando e o Pimpolho tá de olho / cuidado com a cabeça do Pimpolho”. Preciso falar mais alguma coisa?


#5. “Cohab city” – Negritude Junior
Antes de pegar moças na periferia para alisar os cabelos e ganhar uma máquina de fazer fraldas, Netinho de Paula era o vocalista do Negritude Junior, o pagode que vinha da perifa de São Paulo


A música: “Tô chegando na Cohab / para curtir minha galera / dar um abraço nos amigos / e um beijinho em minha Cinderela”. Na verdade, dizem que os últimos versos eram “dar um abraço nos amigos / e sentar o braço em minha Cinderela”, mas aí não coube no ritmo.
Não dá para esquecer: “Vai ficar legal / pagode na Cohab no maior astral / em frente a lanchonete / cantando, fazendo um grande carnaval”. Agora imagina você indo buscar uma coca-cola domingo à tarde e ser obrigado a passar no meio dessa bagunça.


#4. “Depois do prazer” – Só para contrariar
Sempre que eu via em algum lugar “Show do SPC arrasta multidão”, eu me perguntava porque o Serviço de Proteção ao Crédito estaria fazendo um show. Quem sabe fosse um daqueles mutirões para abater juros em cima das dívidas.

A música: “Sempre que o desejo vem / é seu nome que eu chamo / posso até gostar de alguém / mas é você que eu amo”. Para mim, isso é uma outra forma de dizer “Vou pegar geral enquanto você ficar de frescura, falou?”
Não dá para esquecer: o primeiro verso “Tô fazendo amor com outra pessoa”, que nos meus tempos de escola, a gente cantava “Tô fazendo amor com OITO pessoas”.


#3. “Pela vida inteira” – Jeito moleque
Se você não consegue se lembrar quem é o Jeito Moleque, eu ajudo: é um grupo de pagode formado por cinco caras, cada um com um instrumento, sendo que um é o vocalista e os outros quatro ficam ao fundo, fazendo coreografias. Hum, espera aí, acho que essa descrição não ajuda muito.


A música: “As estrelas lá no céu / eu vou buscar / beijos com sabor de mel / eu vou te dar / e para nossa união / eternizar / peço ao pai em oração / abençoar”. Deus pediu para não ser identificado nominalmente nesse refrão.
Não dá para esquecer: o refrão é justamente a parte mais grudenta, com o adendo de que nós somos capazes de lembrar da coreografia do momento, com os pagodeiros pegando as estrelas do céu uma por uma. (ps: no youtube, estão dizendo que essa música é do Kiloucura. Cara, isso muda tudo!)


#2. “Inaraí” – Katinguelê
Até hoje eu não consegui decifrar o significado do nome “Katinguelê”. De repente é uma coisa indígena ou africana, ou é a mistura de “catinga” com “belê”, eu sei lá. Quando eu lembro que o vocalista era um careca chamado Salgadinho, percebo que estou procurando significado no lugar errado.


A música: “Cura para minha dor / meu mel, meu tudo, minha flor / mas se é para falar de amor / eu falarei Inara”. Se você já não consegue entender que raio de nome é Inara, então eu vou fornecer um dado ainda melhor: “Inara é a minha gueixa / que me faz um bem”.
Não dá para esquecer: a repetição infinita de “Inara, Inara, Inara, Inara [48 vezes]” até chegar no “Inaraí, Inaraíiiiiiiiiiiiiii”


#1. “É tarde demais” – Raça Negra
Um pouco cansado do futebol no começo dos anos 90, Romário adotou o pseudônimo de Luís Carlos e fundou o Raça Negra, famoso por canções que exploravam ao máximo a dicção peculiar do vocalista, como “Ssssssigana” e “Dossssse paixão”.
A música: “Você jogou fora / o amor que eu te dei / o sonho que sonhei / isso não se faz”. Dava para continuar infinitamente: “o trabalho que trabalhei / o olho que olhei / o ar que arejei…”.
Não dá para esquecer: o que vale o primeiro lugar para “É tarde demais” são apenas cinco palavras: “Que pena… que pena amor”, separadas por dois riffs de guitarra insuportáveis.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Relações internacionais - Não era para ser assim…

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